PSICOLOGIA NO CIBERESPAÇO
As transformações provocadas pelo avanço tecnológico perpassam diversas áreas do conhecimento, entre elas, a Psicologia, que de alguns anos para cá tem se dedicado aos atendimentos psicológicos mediados por computadores.
A psicologia on-line foi introduzida pelos americanos em 1980, como a união da Psicologia Clinica com as tecnologias digitais. No Brasil, essa modalidade de Psicologia Clinica começou a ganhar adeptos em meados da década de 1990.
A terapia online é uma pratica ainda controversa no Brasil e não autorizada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). A resolução CFP nº 012/2005 reconhece como legitimo somente o que se chama de “atendimento psicológico mediado por computador”, caracterizado por interações breves e pontuais, sem o caráter de continuidade intrínseco à psicoterapia presencial.
Existe na PUC-SP, um Núcleo de Pesquisas de Psicologia e Informática (NPPI) que se dedica ao atendimento psicológico on-line em caráter de pesquisa, de forma sistemática e continua, conforme autorizado pelo CFP.
Segundo psicólogos participantes do NPPI, os atendimentos realizados on-line limitam-se a troca de três e-mails entre paciente e psicólogo, quando há demandas mais graves recomenda-se a terapia presencial. Os pedidos de auxilio mais recorrentes decorrem sobre os temas de sexualidade, traição, síndromes diversas, depressão, outros transtornos psiquiátricos.
Uma das grandes críticas a essa modalidade de Psicologia Clínica é sobre a ausência de linguagem corporal, o que impediria a percepção de elementos subjacentes à fala e limitaria as possibilidades de comunicação entre terapeuta e paciente, impossibilitando a criação do vinculo terapêutico.
Respondendo a isso, adeptos a essa modalidade dizem que no texto digitado, pelas entrelinhas é possível perceber as angústias, tristezas ou desespero da pessoa, e que uma palavra digitada errada poderia ser pensada como ato falho.
A reportagem me chamou muitíssimo atenção quando li. Como assim psicologia on- line? Mas será que até isso está se transformando em tecnologia?? Me indagava.
Em minha concepção não haveria como pensar, e fazer psicologia por meio do computador, da internet. Engano meu, alguns pesquisadores que se debruçam sobre o tema trazem noticias de que existem algumas vantagens e coisas positivas nesse “jeito” de se fazer psicologia, como tratado na reportagem. Trazem depoimentos de pessoas atendidas e que contam dos benefícios trazidos pela terapia on-line
Porém, ainda depois de ler a reportagem e refletir sobre isso, continuo pensando que essa “tal” de psicologia no ciberespaço reduz e elimina o que em minha opinião tem de mais rico nas relações e em nosso cotidiano, que é o contato pessoal, de perto, aquele que você pode olhar no olho, tocar a mão, perceber gestos (que dizem muito), e construir uma relação de confiança, transferência, rapport, ou seja lá como queiramos chamar.
Penso que a psicologia online, intermediada pelo computador, perde muito no que penso e entendo como uma relação terapêutica. Mesmo com estudiosos dizendo que existem algumas vantagens, coisa que não duvido, penso que deve-se perder muito, em muita medida.
Entendo que essas novas práticas que vão surgindo dizem muito do contexto em que vivemos, da correria frenética, do tempo curto e daquela pressa que acomete a maioria da população. Nosso modo de viver, de nos relacionar tem girado em torno de tudo isso, somado às tecnologias e meios de comunicação em massa, que redefinem nossa vida.
A questão da tecnologia foi discutida algumas vezes nas aulas, muito presentes nas discussões sobre o uso do blog e os desafios que a tecnologia traz para as profissões, incluindo o campo “psi”. Essa reportagem traz ainda mais subsídios para pensarmos em nossa atuação profissional e os atravessamentos da tecnologia em nossa profissão.
Em uma das aulas de Gestão e Cuidado assistimos um vídeo sobre as profissões do futuro, lembro-me que haviam inúmeras na área da informática e tecnologia. Será então a Psicologia On-line uma futura área e (ou) modalidade para nossa atuação???
E vocês o que pensam da PSICOLOGIA NO CIBERESPAÇO???
A reportagem pode ser acessada em: www.portalcienciaevida.com.br
Revista Psique ciência&vida – Ano III n°:37
Natália Colen
Grupo Conexão
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