terça-feira, 12 de abril de 2011

Grupo Catharsis

O texto abaixo é parte do portifólio de nossa colega Roberta:
escolhemos o portifólio de roberta por acreditar que as dificuldades e prazeres enfrentadas por ela assemelham-se no que diz respeito ao nosso percurdo pelo curso, a experiência é dela mas nos fez pensar como estudar desperta em nós novos olhares, sensações e como nos tornamos críticos, por que aprender nâo ocupa espaço,  só nos faz acreditar em mudanças e que somos capazes de nos ajudar e ajudar o outro..
leiam ja que a disciplina citada não foi cursado junto com a maioria da turma, lembrando que Roberta é atípica( com muito respeito viu, Ro)

(...)
Tratando sobre a aprendizagem, foi prazeroso estudar Charlot, rever o filme “Pro dia nascer feliz”, conhecer tantos autores, assistir ao filme “O Jarro”, ter a oportunidade de trabalhar em grupo, conhecer os trabalhos dos colegas ao longo do semestre.
A Psicologia da Aprendizagem possibilitou-me aprender que a aprendizagem vai além da relação professor e aluno. É uma relação que ocorre do sujeito com ele mesmo, com o outro e com o mundo. Sendo necessário valorizar essa relação que envolve inclusive a canalização dos desejos do sujeito. O aprender também é viver em sociedade, sendo o sujeito como membro e participante, existindo e respeitando o outro. Possibilitou-me também identificar as possíveis contribuições que a psicologia pode fornecer na área da educação.
A escola não deve ser pensada em função de um aluno ideal, apenas como um gerador de lucros para a sociedade, mas sim como uma instituição capaz de socializar o indivíduo, capacitando-o para o trabalho, mas sem desconsiderá-lo como sujeito, o qual precisa ser escutado, inserido em um contexto familiar e social. Na escola as crianças são produtos em série, não há consideração pelos sujeitos. Acaba se tornando um lugar excludente e violento.
Na brilhante teoria de Charlot “Da relação com o saber” aprendi que a relação com o saber se constrói em relações sociais de saber. O sujeito não é apenas aluno. À ele não é possível identificar-lhe apenas as suas “faltas”. Não podemos desconsiderar a questão familiar e o meio social no qual está inserido, é necessário reconhecê-lo e respeitá-lo como sujeito, inclusive conhecer o seu desejo, entre tantas outras questões. Retomando, a relação com o saber é o próprio sujeito na medida em que deve aprender a apropriar-se do mundo, contruir-se. Mas o que mais me marcou nesta teoria, foi compreender sobre o fracasso escolar, ao qual não pode ser atribuída apenas a questão social do aluno. Problemas como abandono, repetência, dificuldades na aprendizagem e violência eram generalizados para se falar em fracasso escolar. Mas este não existe como objeto. Pois o que há são alunos em situação de fracasso, são as histórias escolares que acabam mal.
No filme: “O jarro” foi possível observar a educação a partir de uma realidade sócio-cultural e econômica assumindo aspectos muito diferentes. Reconhecendo a sabedoria dos mais velhos, e o respeito atribuído à imagem do professor, o qual se envolvia com a realidade da comunidade. Tudo girava em torno do jarro, sendo abordada a questão do ovo, o qual era necessário, e que acaba se tornando o objeto de ensino. Hoje, podemos observar que o objeto para muitos alunos acaba sendo a Bolsa Escola ou a merenda. Um aspecto psicológico observado está presente na preocupação do professor com as crianças que estavam fora da sala de aula, ele sempre procurava saber sobre as crianças e ajudava as famílias que tinham necessidades. Acabando se inserindo no contexto familiar das crianças.
Enfim, com o auxílio da psicologia na escola, creio que será possível a construção de um espaço para os vários discursos presentes dentro de cada instituição escolar, sendo que cada escola é uma escola. E o psicólogo será um facilitador, um contribuinte para esta construção, extremamente necessária para a construção de um futuro melhor para cada aluno, e para toda a sociedade.

(Grupo Catharsis: Diane, Fabiana, Kenia, Regina, Roberta e Vânia)

Um comentário:

  1. A produção da colega Roberta me faz pensar o quanto nosso país está aquém no quesito educação. Vivemos uma realidade onde o aprender e a escolarizações estão vinculados a necessidade de se adequar ao mercado de trabalho.Claro que não desconsidero a importância do trabalho em nossas vidas e em nosso aprendizado, mas a cultura, o lazer, e principalmente a educação são contribuições importantíssimos para nosso crescimento enquanto ser humano. O foco das escolar deve sair do ensino técnico e científico e ser ampliado para a humanização.
    Acredito que nós Psicólogos, possuímos ferramentas substanciais que podem somar na melhoria dessa realidade. E diante disso, devemos e podemos lutar para que a educação (de qualidade) seja uma das prioridades em nosso país.
    Tatiana Parreira – grupo: Arquivo Ψ - “O conhecimento também está lá fora”

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