Escolhemos parte do portifólio da nossa colega Júnia Cecília, por trazer uma reflexão diante das informações recebidas sobre saúde mental e que tem sido apresentadas por alguns grupos neste blog, através de textos, artigos, dentre outros. O trecho abaixo traz essa reflexão em forma de imagens e registros de pacientes e profissionais dos extintos manicômios. Esperamos que possa provocar em vocês certa inquietude diante destas questões.
Abraços,
Arquivo Ψ - “O conhecimento também está lá fora”
Desde o começo do curso que tenho ouvido sobre o movimento da luta antimanicomial e o processo de transformação e organização dos serviços em saúde mental. Porém só consegui compreender a importância disso quando tive um contato direto com elementos reais que representam os sentimentos dos usuários desses serviços. Entendendo a loucura não só a partir das classificações das várias psicopatologias (CID – 10, DSM, etc.), mas também como um elemento que faz parte da nossa construção e vivência cultural. Isso eu pude perceber tanto no festival da loucura que acontece anualmente em Barbacena – MG, como também nas comemorações do Dia Nacional da Luta Antimanicomial (18 de maio). Apresento abaixo algumas fotos de quadros do Museu da Loucura, situado em Barbacena, e alguns registros de pacientes e profissionais dos extintos manicômios.

"O cara já vem pra cá meio lerdo. Depois que toma o choque o paciente não lembra de mais nada. Nem se doeu." Funcionário do Hospital Raul Soares

"Zero! Zero! Nota zero vezes zero para tudo isso aqui" Paciente do Galba Veloso

O universo feminino é uma Loucura! A Loucura delas!
"Eu sei da tarefa de vocês, sei que faço parte de um sistema, de uma estrutura que vocês vão falar. Portanto..." Dr Inácio (Diretor do Hospital Galba Veloso

"Essa vida é passagem" Paciente do Raul Soares

"Oh seu Manuel, Tenha compaixão / Tira nóis tudo desta prisão / Estamos todos de azulão / Lavando o pátio de pé no chão / Lá vem a bóia do pessoal / Arroz cru e feijão sem sal / E mais atrás vem o macarrão / Parece cela de colar balão (...) Depois vem a sobremesa / Banana podre em cima da mesa / E logo atrás vem as funcionárias / Que são as putas mais ordinárias" Sueli Aparecida Resende Paciente do hospital colônia de Barbacena
"O festival institui que a loucura é também um elemento cultural."
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