Bom dia a todos,
Resolvi compartilhar com vocês um pouco da minha trajetória através
de reflexões citadas no meu portfólio.
Como tudo começou:
Logo após ter me formado no ensino médio já comecei a
pensar em qual profissão iria seguir.
Fiz vestibular na faculdade UNI-BH, para Nutrição como 1ª
opção de curso e Fisioterapia como 2ª opção. Passei! Mas tinha dúvidas se
queria mesmo seguir alguma delas.
Sabia que queria algo relacionado a área da saúde, mas pesquisando um
pouco sobre Fisioterapia descobri que era um curso muito caro, e ainda não me
interessei muito pela profissão. Nutrição ficou sendo minha única opção. Mas
assim como fiz com a Fisioterapia fui pesquisar o que faz um
Nutricionista. Descobri que Nutrição não tem nada a ver
comigo,preciso dizer que nunca me preocupei tantocom a minha alimentação, que
dirá com a dos outros. Entretanto fico feliz em dizer que tive que pensar
numa terceira opção.
Foi aí que meus familiares resolveram opinar, meu avô queria que eu
fizesse Odontologia, mas eu tenho horror a sangue, minha avó queria que eu
fizesse alguma Engenharia, e minha mãe até pouco tempo achava que eu deveria
fazer Direito. Mas eu escolhi a Psicologia . Passei no 2° semestre
de 2007 na PUC-Minas.
Confesso que entrei no curso , principalmente por conviver com pessoas
que frequentavam consultórios psicológicos, pensando que psicólogo era um
profissional que só escutava e aconselhava os problemas dos outros.
Fisiologia e Neuroanatomia foram as matérias mais interessantes do 1°
período, apesar de sempre questionar o porquê um psicólogo precisaria decorar
tanta parte de osso, medir pressão, etc .
Não entendia o porquê um aluno de Psicologia teria que estudar
Estatística e nem o valor dela futuramente. Logo eu que sempre fugi de
Matemática.
Me sentia feliz por estar no 1° período de Psicologia mas queria que
chegasse logo a hora de estudar sobre Freud, psicanálise, loucura, etc..
Infelizmente fiquei um ano trancada na faculdade por problemas pessoais,
mas sempre sentia saudade do curso, dos colegas, além de uma enorme vontade de
voltar.
Porém sabia que para retornar teria que começar a trabalhar pois meus
pais não pagariam mais minha faculdade como antes.
Fui vendedora, promotora de eventos, recepcionista de feira e até
telemarketing.
Juntei o dinheiro da matrícula e voltei direto para o 2° período.
Tive a oportunidade de conhecer muita gente nova, aprender muita coisa e
a partir do 2° período fui conhecendo através do I Estágio Curricular a
versatilidade da profissão.
E foi aí que na disciplina Bases Epistemológicas da
Psicologia, eu conheci Freud.
Os Freudianos que me perdoem , mas nem sempre concordo que problemas psíquicos resultem
de traumas de natureza sexual. Entretanto quem sou eu para falar mal de Freud e
de seu Complexo de Édipo.
Em contrapartida conheci Jung, e gostei muito, principalmente
pelo seu interesse em fenômenos espirituais.
Por muitas vezes ouvia da minha família dizer que Psicologia não era
para mim, que eu era muito nervosa, que não daria conta de tratar problemas de
outras pessoas . ou seja todos ainda com o aquela idéia de que psicólogo só
trabalhava ouvindo e aconselhando pessoas “problemáticas”.
No 3° período, cursei a disciplina de Psicometria, imagina só que
a Estatística agora teve utilidade fundamental.
Foi o meu primeiro contato com o RH, e teste psicológico, na verdade foi
a primeira vez que ouvi falar que psicólogo tinha papel tão importante dentro
de um RH.
Após o 3° período mais uma vez tive que trancar a faculdade, meu avô
faleceu meus pais separaram, em fim, muitos problemas que mais uma vez não me
davam outra solução que não de abandono de curso.
Foi mais um ano afastada da faculdade e com vários sentimentos
diferentes. Queria mudar de curso e fazer um curso técnico mais barato de 2
anos, queria mudar até de país, queria tanta coisa, mas na verdade queria mesmo
é nunca ter precisado parar.
1° Semestre de 2011, mais uma vez mudei de turma, mas meu 4° período
posso considera-lo muito importante.
Graças a TEAPI, disciplina apresentada muito bem pela professora Ana
Valadão, eu aprendi a corrigir, e até a fazer laudos de testes como
o D2, Palográfico, IFP , ISSL entre outros.
Eu entrei na Psicologia querendo ser uma psicóloga clínica que faria
escuta de problemas, alheios, e acredito que vou sair da faculdade como uma
profissional pronta para coordenar um RH.
Logo depois, no 5° período veio uma disciplina que mereceu dedicação:
Psicopatologia. Tive juntamente com minha turma, um estágio
curricular no hospital Raul Soares. Pude aprender muita coisa, e principalmente
pude ter contato com várias pessoas que apresentavam diferentes queixas. Foi
muito interessante, principalmente o confronto da ciência e da religião.
1° semestre de 2012, graças a disciplina de
Gestão e Cuidado estou tendo oportunidade de revisar minha trajetória no curso
de Psicologia através de meu portfólio.
Percebo que mudei algumas atitudes, acho que com o tempo agente vai
mudando até sem perceber, é importante encarar que já não tenho 18 anos mais.
Hoje sou mais respeitada pela decisão de ser psicóloga, minha mãe
acredita ser o melhor para mim, fico feliz pelo apoio que tanto esperei em fim
ter chegado.
Ainda estou aberta para outras áreas, mas não tem jeito é RH mesmo que
quero seguir.
Sem querer puxar o saco, o blog de Gestão e Cuidado é uma iniciativa
muito interessante, pois de alguma forma me liga aos assuntos atuais da
Psicologia.
Há muita coisa interessante e nova, gostei muito, e espero poder
deixar uma contribuição maior no blog para vocês e para os alunos que virão.
Esse portfólio me fez pensar em como o ser humano tem a capacidade de
mudar de opinião, de criar conceitos e com força de vontade e mente aberta
superar cada vez mais preconceitos.
Entrei meio perdida na Psicologia, pensando que era uma coisa, acabei
descobrindo várias outras. Provei para muita gente, com ajuda dos meus
professores e com conhecimento adquirido até hoje que um Psicólogo é muito mais
do que uma pessoa que escuta problemas. Hoje sou motivo de orgulho de algumas
pessoas. E espero continuar meu caminho e aprender o máximo que puder nessa
jornada para ser uma profissional diferenciada e competente.
Carolina Sampaio, 23 anos, aluna do 6° período de Psicologia da
PUC-Minas.
Carol,
ResponderExcluirCompartilho com vc que, enquanto psicólogos em formação estamos sendo convidados a todo momento a desconstruir algo que está posto e construir que parte do subjetivo, mas interfere diretamente em um coletivo. Temos que nos reformular o tempo todo, quebrar paradigmas e compartilhar nossas idéias que em alguns momentos são diferentes do outro. Muito bacana sua contribuição.