sábado, 4 de setembro de 2010

"Psicologia e Saúde Mental: três momentos de uma história-Grupo Conhecimento que Transforma

Resenha:

Ferreira Neto, J.L. Psicologia e Saúde Mental: três momentos de uma história. Saúde em Debate: Rio de Janeiro, v. 32, n. 78/79/80, p. 18-26, jan./dez, 2008.

Ferreira Neto é professor de Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas); doutor em Psicologia da PUC São Paulo.
O objetivo do presente trabalho é realizar uma breve apresentação do artigo “Psicologia e Saúde Mental: três momentos de uma história”, elaborado por Ferreira Neto. O referido autor estruturou o seu trabalho a partir de pesquisa bibliográfica e análise documental, apontando três momentos da trajetória e inserção do psicólogo no Sistema Único de Saúde (SUS) em Belo Horizonte, mais precisamente na Saúde Mental.
Ferreira Neto, afirma que, a psicologia, quando reconhecida qual profissão, possuía como áreas de atuação a clínica, educacional e organizacional. Entretanto, o movimento da reforma psiquiátrica, representou um marco para a inserção do psicólogo em um novo campo de atuação, ou seja, a Saúde Mental.
Ferreira Neto nomeia o primeiro momento da trajetória do psicólogo belo-horizontino no SUS, como o Momento de Implantação, o qual ocorreu a partir de 1984, com a implantação do Programa de Saúde Mental na Região Metropolitana de belo Horizonte. No entanto, anteriormente à oficialização do Programa de Saúde Mental, havia uma compreensão difusa da definição de Saúde Mental na rede pública. Essa concepção concebia a Saúde Mental como apenas um elemento a compor a saúde como um todo, sendo delegada ao trabalho do psiquiatra. Aos psicólogos, cabia integrar as equipes envolvidas em programas gerais, de promoção à saúde e já anteriormente executada na atenção clínica de crianças. Ferreira Neto destaca que, a partir de 1985, com o Programa de Ações da Saúde Mental, na Região Metropolitana, ocorre um processo de mudança nesse quadro, e, articulado com o momento antimanicomial, o psicólogo passa a acessar os pacientes “graves”. Mas ainda, a atuação do psicólogo em equipes multidisciplinares carece de instrumentos mais apropriados.

O segundo momento, ocorrido nos anos 1990, nomeado por Ferreira Neto de Momento Antimanicomial, é perpassado por eventos importantes, tais quais o Encontro Nacional dos Trabalhadores em Saúde Mental e o projeto de Lei 3.657/89, cujo intuito foi a regulamentação do processo de reestruturação de atenção à Saúde Mental no Brasil. Nesse momento, houve maior participação da psicologia, através da clínica realizada com pacientes caracterizados por transtornos graves e persistentes. Entretanto, ainda havia grande resistência, referente ao trabalho do psicólogo, que ainda carecia de desenvolvimento, tendo em vista o campo da Saúde Mental.
O terceiro momento, ou seja, Momento de Apoio Matricial, ocorrido nos anos 2000, tem como alicerce o Programa de Saúde da Família (PSF), implantado em Belo Horizonte, em 2002, sendo nomeado de BH-Vida. Ferreira Neto destaca o documento municipal de 2 de julho de 2003 cujo titulo é “Saúde Mental na assistência básica”. Tal documento pretendia estabelecer diretrizes para a articulação entre Saúde Mental e o BH-Vida, apontando para a importância da reincersão social do usuário da Saúde Mental. Ferreira Neto avalia que o Momento de Apoio Matricial, por se tratar de uma proposta ainda recente, carece de um tempo mais dilatado para que seja realizada uma análise mais minuciosa.
No artigo “Psicologia e Saúde Mental: três momentos de uma história”, Ferreira Neto, realizou análise sócio-histórica, contextualizando a inserção do psicólogo na Saúde Mental de Belo Horizonte. Posto isso, a sua leitura é recomendada para melhor compreensão de nossa prática em Saúde Mental, campo esse constituído de promissores desdobramentos.

A resenha está disponível em:

http://www1.pucminas.br/documentos/tresmomentos.pdf?PHPSESSID=fedf383b8daa089b8af652041a0b0543

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