sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Grupo ApropriAção

TEXTO: QUE PROFISSIONAL QUEREMOS FORMAR?
O artigo tem o objetivo de discutir os desafios que são postos para os profissionais da Psicologia nos tempos atuais. Ele trata de três questões importantes que são: a realidade social que vem demandando a atuação deste profissional; a diversidade teórica e metodológica da psicologia; e a situação do ensino universitário no Brasil.
Em relação à realidade social, a autora aponta que a sociedade tem demandado da psicologia para atividades de ajustamento social e aumento da eficiência dos indivíduos e do sistema, ela afirma que ao atender essa demanda o psicólogo se compromete com a reprodução de relações de dominação e age para a desumanização do homem.
No entanto, ela acredita que novos caminhos vêm sendo traçados, que a luta antimanicomial, a participação dos psicólogos nas unidades de saúde, nos trabalhos sociais e a assessoria a grupos populares, mostram uma parcela de profissionais buscando responder a outros tipos de demanda que foram negadas anteriormente.
Ao falar sobre a diversidade teórica e metodológica, a autora critica a posição de muitos psicólogos que se fecham em seus referenciais teórico-práticos e não buscam uma totalidade de conhecimentos, mas fragmentam a psicologia em concepções e práticas que são inconciliáveis. Ela aponta que para haver uma unificação da psicologia é necessário produzir conhecimento no processo de aprender, ou seja, os próprios alunos devem escrever textos que gerem polêmicas, façam re-estudos e novas elaborações. Os professores devem expor os fundamentos daquilo que ensinam, mas precisam também apontar a inconsistência das teorias que estudam. Ela afirma que os especialistas precisam ter uma visão mais sistêmica, romper com os limites de sua área, abrangendo assim seus conhecimentos. De acordo com ela a Universidade precisa reinventar uma formação sem áreas, onde o psicólogo não seja definido pelo seu local de trabalho, mas por oferecer ajuda psicológica em qualquer ambiente em que o homem atue.
Ainda falando sobre a Universidade, a autora afirma que a reforma de 68 direcionou a educação rumo à tecnocracia e que o modelo de Universidade traçado, visa à formação de tecnocratas bem preparados para o mercado de trabalho, reproduzindo assim o neoliberalismo. Ela acredita que é preciso que a Universidade se comprometa mais com o ser humano e menos com as relações mercadológicas, e assim busque unir pesquisa, extensão, ensinos reflexivos, críticos e engajados.

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