terça-feira, 20 de setembro de 2011

Grupo Buscando "A coisa"

            Escolhemos este texto por ele trazer um levantamento sobre problemas relacionados com o sofrimento humano nas organizações que a área de Psicologia do trabalho/organizacional vem tentando minimizar. O texto foi retirado de uma apostila criada pela própria autora, por isso fizemos um pequeno resumo que segue abaixo.
O resumo aborda a visão sob a ótica da segurança do trabalho, sem abandonar a visão psicossocial do tema. A saúde do trabalhador não pode ser vista apenas como um conjunto de manifestações somáticas, em virtude de doenças físicas degenerativas ou acidentais. Existem fatores ainda mais graves, associados à saúde mental, afetada pelos novos ambientes laborais, em virtude de demandas extremamente elevadas de produtividade e da busca por resultados. Entender estes fatores pode ajudar a auxiliar pessoas que, muitas vezes, são consideradas como desajustadas no trabalho, anti-sociais ou mesmo incapazes, evitando que este tipo de rótulo as leve a atitudes extremas, como o suicídio. 

RESUMO

Segundo a psicóloga e professora da UFMG, TÂNIA LÚCIA MORATO FANTINI, em seu texto “PSICOPATOLOGIA DO TRABALHO”, o trabalho é uma das dimensões da existência humana, mas não é toda a vida humana. Todo indivíduo busca se constituir como uma pessoa, ser alguém reconhecido pelo que ele é  e pelo que faz de útil para os outros. Segundo Claude Dubar, a identidade social é construída sobre a afetividade (quem sou) e pela racionalidade instrumental, técnica-profissional (o que faço de útil), que se dá pelo confronto com a escolha de uma especialização e depois com o mercado de trabalho. Atualmente, este confronto é marcado pelo drama social do trabalho em mudança, gerando incerteza entre os jovens, pela alta taxa de desemprego, empregos cada vez mais precários, mudanças tecnológicas, reorganização das empresas, dos governos, dos setores industriais e de serviços. Uma constatação epidemiológica é o crescimento dos transtornos mentais na sociedade atual. Segundo Dejours, este fato passou a ser a principal preocupação para os trabalhadores, especialistas em saúde e em seguridade, europeus e norte-americanos. Os agravamentos do sofrimento psíquico mostram-se em suicídios e tentativas de suicídios, nos próprios locais de trabalho, atingindo pessoal de todos os níveis, em virtude de alta competitividade nos ambientes de trabalho e à desestruturação da solidariedade social. Estes dados mostram que a saúde ocupacional não é apenas uma questão de técnica, de leis ou de conhecimento científico. Ela é um processo de adaptação biológico, psicológico e, sobretudo, social às condições de vida na sociedade e no trabalho, que vai sendo transformado, atingindo grupos e coletividades, submetidos a condições semelhantes. Torna-se necessário considerar a existência concreta dos grupos e dos indivíduos, os aspectos epidemiológicos e sociológicos, que afetam os trabalhadores.


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