terça-feira, 27 de setembro de 2011

Grupo: Psicologado

"Meu portifólio foi desenvolvido em partes chamadas Elementos

Este é o Elemento: Decepção com as turmas de Psicologia.

   
Eu, após passar 5 anos em uma turma de Direito, onde as pessoas lidam dia a dia com o tecnicismo, imaginava que as turmas de psicologia fossem alegres e acolhedoras. Bom, ao chegar, tentei chegar... para minha grande surpresa, a primeira grande pergunta que ouvi foi: você é irregular?
     Bom, acho que sou... tecnicamente eu sou irregular, descobri que as pessoas formavam seus grupos e eu como irregular era de difícil aceitação... bom, façamos disso um aprendizado... no Direito eu era regular... na psicologia, sou irregular... outras tantas vezes fui interpelada, você é desta sala? ... Há, eu sou irregular... acho que acabei com a veste de irregular, é assim que hoje eu percorro a Psicologia. Sou irregular. Vou de sala em sala e não pertenço a sala alguma. Vou de turma em turma e não pertenço a turma alguma. Sou irregular... No Direito minha questão era lidar com o tecnicismo e a falta de humanização, elementos que imaginei encontrar na Psicologia. Ilusão... na Psicologia foi um completo não encontrar... não encontrar nem mesmo um lugar... este lugar imaginado, que já se perdeu até da minha própria imaginação. Me resta ser sempre irregular...
     Assim, imagino como eu seria como uma profissional em Psicologia... Uma escola que nos prepara para mexer com nossas vidas, mas também atuarmos em vidas alheias. Será que sou alguém que acolhe com o mesmo afã que tenho de ser acolhida? Será que sou sensível ao desconforto e a falta de adequação do outro? Sou capaz de perceber e sentir o outro que está do meu lado?...  Se sou feita e modificada pela presença e pelo atravessamento do outro em minha vida, como tem sido hoje esta minha construçao? Hoje, bem mais que a teoria,  me sinto atingida de forma intensa, as vezes não pelo olhar do outro, mas mais marcantemente pela indiferença do outro."

 Parte do portifólio de Maria Helena

Um comentário:

  1. Não poderia deixar de fazer meu comentário aqui. Este sentimento me parece uma projeção. Já tive este mesmo sentimento em relação a você também, muitas vezes pensei, que pessoa estranha, chega, senta, levanta e não interage com ninguém. Até julguei na minha ignorância, esse pessoal do direito são assim mesmo, pensam somente na razão.
    Mas, a questão aqui é que os alunos irregulares deveriam criar mecanismos para interagir mais com turma. Vocês chegam, e nos acolhemos na medida de sua busca.
    Às vezes temos este mesmo sentimento de alienação com os próprios colegas da turma, sendo mais interessante, não dar asas a esses sentimentos. Devemos levar Das ding á frente, respeitando a subjetividade de cada um e do próprio grupo.
    Temos a fraqueza de meter pau nas panelas, elas me incomodavam também. Isso melhorou em mim a partir do momento em que comecei a entender, que essas pessoas buscavam as outras a partir de seus modos de pensar, agir, brincar, criando um vínculo. Elas têm mais afinidades.
    Na medida que o tempo passa, procuramos nos unir com pessoas que tem mais ou menos os mesmos objetivos que nós, é um processo de construção. Sendo assim, precisamos manter a comunicação para conhecer o outro, para, a partir daí desenvolver nossa intersubjetividade.
    Embora a subjetividade seja muito complexa, devemos procurar estar em comunhão com todos, sem esperar que todos vão nos amar, pois devido as nossas limitações não amaremos a todos também. Deixe as fantasias de lado e aproxime mais.
    Segundo Maturama, “ Intersubjetividade é a relação entre sujeito e sujeito e/ou sujeito e objeto. È a capacidade de inter-relacionamento com seu semelhante. Envolve o diálogo, o encontro e a responsabilidade, entre dois sujeitos e/ou a relação que existe entre o sujeito e objeto”.

    Jacqueline (Grupo DASDING)

    ResponderExcluir