Segue trecho dos portfólios de Andreza e Mariana
respectivamente. Decidimos postar os dois pois são de certa forma
complementares. Caminhamos juntas e temos pensamentos muito semelhantes.
TORNAR-SE
Soares, A.
A psicologia é um curso que
muitos têm vontade de ingressar mas que poucos têm a coragem de fazer, afinal,
ser chamado de “louco”, “pessoa que fica analisando”, não é para qualquer
pessoa. O curso ganha consistência a partir do momento em que o graduando torna-se
um psicólogo, e não simplesmente um formando em
psicologia. Tornar-se psicólogo é ir para
além de uma formação acadêmica, é
transformar-se em um sujeito ético, crítico e cético das “pseudos verdades”.
Depois de realizar esse trabalho pude perceber como é
difícil colocar no papel aquilo que no pensamento aparentemente parece claro.
Concluo que a minha trajetória esta repleta de incertezas e ao mesmo tempo de
descobertas que fazem com que eu fique em total flexibilidade de saber. A
sensação que tenho é que não falei nem a metade do que gostaria, mas como tenho
que finalizar o trabalho gostaria de deixar a simples mensagens da autora
Clarice Lispector:
“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não
conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa
qualquer entendimento.” (1973)
NINGUÉM = NINGUÉM
Drummond, M.
há tantas formas de se ver o
mesmo quadro...” (HG)
Primeiro semestre e o
choque inicial com a estrutura física da PUC. Não é a melhor, mas faz com que a
gente invente novas formas de lidar com as adversidades. Às vezes pensamos em
passar vídeos, fazer slides bacanas, utilizar vários recursos que darão suporte
e enriquecerão os trabalhos e na “hora H no dia D” tudo trava. Nessas
horas as apresentações de trabalho contam muito mais com nossa competência do
que com os recursos audiovisuais. O que de fato é um aprendizado enorme.
Passadas as dificuldades iniciais, me adaptei facilmente a essa nova realidade.
Aqui encontrei excelentes professores,
e mesmo com as peripécias no meio do caminho, como as mudanças na grade
curricular, encontrei na PUC professores altamente capacitados, interessados e
competentes. Professores que me motivam a cada dia a continuar no curso, que me
fazem gostar cada vez mais das Psicologias teóricas, das áreas de atuação, das
possibilidades que o curso oferece. Fiz amigos que cultivo com muito carinho, e
tenho certo que as amizades que fiz não finda ao fim do curso.
Vale ressaltar a dedicação da
coordenação do curso em ajustar a matricula, sempre atenciosos todos resolveram
tudo rapidamente, com uma eficiência que me espantou. Conversei com a Liza e
ela tomou todas as medidas necessárias para finalizar minha matricula, incluir
disciplinas não cursadas numa grade que fosse o mais homogênea possível, e
eliminar as disciplinas que fossem equivalentes para que não fosse necessário
cursá-las novamente. A ideia era não “perder” um semestre, mas mesmo eliminando
todas as disciplinas, num momento seguinte todas elas foram eliminadas do novo
currículo, o que fez com que todo esse esforço fosse “em vão” apenas no sentido
de não antecipar um semestre. De qualquer forma, as disciplinas cursadas foram
ricas e não vejo isto como algo negativo.
“... me encanta que
tanta gente sinta
(se é que sente) a mesma
indiferença...” (HG)
O primeiro semestre foi bastante
complicado. Muitas caras novas, muitos nomes, uma diversidade enorme de pessoas “todos iguais e tão desiguais, uns
mais iguais que os outros”. Nesse
período eu circulava entre as turmas do primeiro ao terceiro período. Era
irregular, atípico ou qualquer que fosse o nome dado às pessoas que não estavam
na grade regular, era nesse espaço que eu me encontrava – “em lugar nenhum”.
Meu objetivo sempre foi o
aprendizado. Amizades ficam pra segundo plano, mas inevitavelmente criamos
afinidade e vínculo com aqueles que se encontram na mesma situação que nós. E
com esses desenvolvia trabalhos - aos trancos e barrancos - em turmas que mal
conhecia e tampouco se esforçou para nos fazer sentir como parte dali, eu e os
outros. Mas talvez tenha faltado esforço da nossa parte também.
todo mundo (tanta gente) tenha
ido embora..." (HG)
Ao fim do semestre, muitos (do
primeiro período) desistiram. Muitos desses que caminhavam comigo pelas turmas
foram embora também. A turma foi reduzindo ao longo do curso, semestre a
semestre e atualmente contamos com uma turma que só passa de 20 com a entrada
de outros que estão irregulares, ou atípicos – eu ainda não sei qual nome dar
as pessoas que estão nessa situação, se é que é preciso nomeá-las. Eu seguiria
o curso. A partir do segundo semestre optei por ficar com a turma que iria para
o segundo período. Dentre as turmas pelas quais passei era, em minha opinião, a
melhor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário