segunda-feira, 30 de abril de 2012

UPsic


Segue trecho dos portfólios de Andreza e Mariana respectivamente. Decidimos postar os dois pois são de certa forma complementares. Caminhamos juntas e temos pensamentos muito semelhantes.

TORNAR-SE
Soares, A.

A psicologia é um curso que muitos têm vontade de ingressar mas que poucos têm a coragem de fazer, afinal, ser chamado de “louco”, “pessoa que fica analisando”, não é para qualquer pessoa. O curso ganha consistência a partir do momento em que o graduando torna-se um psicólogo, e não simplesmente um formando em psicologia. Tornar-se psicólogo é ir para além de uma formação acadêmica, é transformar-se em um sujeito ético, crítico e cético das “pseudos verdades”.

Depois de realizar esse trabalho pude perceber como é difícil colocar no papel aquilo que no pensamento aparentemente parece claro. Concluo que a minha trajetória esta repleta de incertezas e ao mesmo tempo de descobertas que fazem com que eu fique em total flexibilidade de saber. A sensação que tenho é que não falei nem a metade do que gostaria, mas como tenho que finalizar o trabalho gostaria de deixar a simples mensagens da autora Clarice Lispector: 

“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.” (1973)

NINGUÉM = NINGUÉM
Drummond, M.
 “... há tantos quadros na parede 
há tantas formas de se ver o mesmo quadro...” (HG)

Primeiro semestre e o choque inicial com a estrutura física da PUC. Não é a melhor, mas faz com que a gente invente novas formas de lidar com as adversidades. Às vezes pensamos em passar vídeos, fazer slides bacanas, utilizar vários recursos que darão suporte e enriquecerão os trabalhos e na “hora H no dia D” tudo trava. Nessas horas as apresentações de trabalho contam muito mais com nossa competência do que com os recursos audiovisuais. O que de fato é um aprendizado enorme. Passadas as dificuldades iniciais, me adaptei facilmente a essa nova realidade.

Aqui encontrei excelentes professores, e mesmo com as peripécias no meio do caminho, como as mudanças na grade curricular, encontrei na PUC professores altamente capacitados, interessados e competentes. Professores que me motivam a cada dia a continuar no curso, que me fazem gostar cada vez mais das Psicologias teóricas, das áreas de atuação, das possibilidades que o curso oferece. Fiz amigos que cultivo com muito carinho, e tenho certo que as amizades que fiz não finda ao fim do curso.

Vale ressaltar a dedicação da coordenação do curso em ajustar a matricula, sempre atenciosos todos resolveram tudo rapidamente, com uma eficiência que me espantou. Conversei com a Liza e ela tomou todas as medidas necessárias para finalizar minha matricula, incluir disciplinas não cursadas numa grade que fosse o mais homogênea possível, e eliminar as disciplinas que fossem equivalentes para que não fosse necessário cursá-las novamente. A ideia era não “perder” um semestre, mas mesmo eliminando todas as disciplinas, num momento seguinte todas elas foram eliminadas do novo currículo, o que fez com que todo esse esforço fosse “em vão” apenas no sentido de não antecipar um semestre. De qualquer forma, as disciplinas cursadas foram ricas e não vejo isto como algo negativo.

 “... me encanta que tanta gente sinta 
(se é que sente) a mesma indiferença...” (HG)
  
O primeiro semestre foi bastante complicado. Muitas caras novas, muitos nomes, uma diversidade enorme de pessoas “todos iguais e tão desiguais, uns mais iguais que os outros”.  Nesse período eu circulava entre as turmas do primeiro ao terceiro período. Era irregular, atípico ou qualquer que fosse o nome dado às pessoas que não estavam na grade regular, era nesse espaço que eu me encontrava – “em lugar nenhum”.

Meu objetivo sempre foi o aprendizado. Amizades ficam pra segundo plano, mas inevitavelmente criamos afinidade e vínculo com aqueles que se encontram na mesma situação que nós. E com esses desenvolvia trabalhos - aos trancos e barrancos - em turmas que mal conhecia e tampouco se esforçou para nos fazer sentir como parte dali, eu e os outros. Mas talvez tenha faltado esforço da nossa parte também.

   "...me assusta que justamente agora 
todo mundo (tanta gente) tenha ido embora..." (HG)
  
Ao fim do semestre, muitos (do primeiro período) desistiram. Muitos desses que caminhavam comigo pelas turmas foram embora também. A turma foi reduzindo ao longo do curso, semestre a semestre e atualmente contamos com uma turma que só passa de 20 com a entrada de outros que estão irregulares, ou atípicos – eu ainda não sei qual nome dar as pessoas que estão nessa situação, se é que é preciso nomeá-las. Eu seguiria o curso. A partir do segundo semestre optei por ficar com a turma que iria para o segundo período. Dentre as turmas pelas quais passei era, em minha opinião, a melhor.


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