sexta-feira, 26 de outubro de 2012

MENTE ATIVA

Boa noite pessoal!
 
Este é o relato fragmentado do portifólio da aluna Rosana Mesquita que vem trazer um pouco do seu ingresso na universidade e sua construção como psicologa em formação.
 
Conclui o ensino médio em escola pública, e ao falar da continuação dos estudos com meus pais, a primeira frase que ouvi de meu pai era que eu não daria conta de pagar um curso superior e que deveria desistir para não sofrer tanto. Essa frase ficou por muito tempo fazendo sentido na minha vida, mas o desejo de ingressar numa universidade era tão grande que mesmo acreditando que não daria conta de pagar ou que faculdade não é coisa para pobre, eu investigava uma possibilidade de conseguir realizar esse desejo. Estou aprendendo um pouco sobre o profissional que quero ser, ou seja, estou descobrindo e descortinando um pouco dos saberes sobre a psicologia. Uma área que tem como objeto de estudo a complexidade humana, suas interações com o meio, sua atuação nos vários contextos sociais e ambientais, a sua subjetivação do mundo das relações, valores, crenças e sintomas produzidos pelos conflitos nas relações do homem com seu ambiente e com a natureza.

Eu ainda não consegui elaborar uma resposta que justifique a escolha desse curso, mas levanto aqui algumas hipóteses que talvez possam ser possíveis. Em 2008 eu vivia grandes conflitos na área profissional, familiar e muitas incertezas sobre mim, sobre o que quero, sonhos e desejos. Seria talvez uma forma de fazer terapia, aos poucos fui me identificando com o curso e hoje sinto-me completamente conquistada pela psicologia. Posso dizer que a psicologia me mudou como ser humano. Hoje vejo a realidade com um olhar mais crítico me implico mais com as questões sociais.

Algumas disciplinas me marcaram e ainda me marcam no curso, aliás acho que vai ficar marcado para sempre. Uma delas é a disciplina psicologia e políticas públicas. Esse ano, foi ano de eleição para prefeito e vereador. Sobre isso eu nunca tinha me interessado, justificar, votar em branco ou nulo, não produzia em mim nenhuma implicação. Com as discussões e leituras dos textos indicados nessa disciplina, eu não consigo direcionar minhas ações sem implicar-me com as questões políticas. Entendo hoje, que muitos problemas que vivenciamos sobre políticas é parte de minha contribuição, porque me sinto responsável quando não participo da política e fico esperando que alguém faça algo que seja bom também para mim. Entendo que somos sujeito social e que, portanto, construímos juntos, a história da sociedade.

Atualmente vivo outros impasses na realização do curso em conciliar com a minha profissional de comissária de bordo, pois os horários das viagens não são definidos por mim, e muitas viagens coincidem com os horários da faculdade. Tenho sorte de contar com professores compreensivos que colaboram para que eu consiga trabalhar e estudar.

Posso dizer que a psicologia me mudou como ser humano. a psicologia só faz sentido se pensarmos no sujeito como um todo, que não se resume a uma psique, ele é um sujeito cultural, mas único, biológico e psíquico. Ele interage com o meio externo, absorve o mundo de uma maneira subjetiva e responde dentro de suas possibilidades de apreensão. Assim, eu penso que os sintomas que surgem seja ele apresentados por uma dificuldade de adaptação social relacional, algum problema orgânico ou outros decorre das suas interações com o meio e da construção que se faz internamente dessa interação. O que me faz pensar que nem sempre é um disfuncionamento orgânico ou psíquico que leva o sujeito a adoecer. Esse disfuncionamento é o resultado de tudo que ocorreu e que se apresenta como sintoma. Com esse raciocínio logo penso que tratar apenas esse sintoma que surge não resolveria a queixa do sujeito, faria com que ela apenas entrasse num circulo vicioso. Desta forma, o profissional de psicologia deve pensar sempre na ideia de circularidade, ou seja, trabalhar no sentido de investigar, compreender o que o sujeito da tentando dizer através dos sintomas e buscar intervir nesses problemas visando a promoção da saúde e bem estar de seu objeto de estudo. Pensando sempre numa ética que nos conduza a fazer o bem sem envolvermos nossos valores com os valores do sujeito a qual se pretende intervir.




 

 

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