Boa tarde.
Hoje postamos outros trechos referentes
às experiências da colega Franciane que foram apresentadas em seu portfólio. Trata-se
da importância de se considerar o humano como ser integral através da
contribuição de disciplinas como a Neurobiologia.
No 2º semestre de 2010 [...] constavam as disciplinas Fisiologia e Neuroanatomia,
lecionadas pelas professoras Kátia Tomagnini Passaglio e Júnia Dinelli Silva
Aguiar, respectivamente. [...] essas disciplinas estão correlacionadas com
a Neurobiologia, [...] também lecionada pela professora Kátia.
Escrevo a respeito [...] Visto que, se a minha pretensão é de
trabalhar com a ênfase de cuidado, [...], então penso que seja necessário e
viável estabelecer diálogos contínuos e abertos com outros campos de
conhecimento. Para que, ao receber as pessoas e no caso de tratá-las, eu possa
compreender de maneira integrada os aspectos que podem estar causando seus
males, assim como integrar as possibilidades de intervenção a fim da melhora de
tais pacientes.
No caso da Fisiologia e da Neurobiologia, cujas ementas de
ensino propunham o estudo das formas e funções dos principais sistemas do corpo
humano e as interações destes com a conduta humana, assim como a relação entre
o desenvolvimento neurobiológico de uma pessoa e o seu comportamento, pude
entender como o funcionamento, principalmente do sistema nervoso, está aliado
às ações de um sujeito.
Por exemplo, aprendi que certas manifestações de emoção do
sujeito podem estar atreladas ao bom ou mau funcionamento tanto do sistema
límbico quanto do sistema endócrino. No segundo sistema (PASSAGLIO, 2011), em
que se encontra a glândula da tireóide é comum que a produção excessiva ou
reduzida de hormônios tireoidianos desencadeie síndromes associadas à alteração
do humor caracterizadas por irritabilidade, tensão e hiperexcitabilidade –
hipertireoidismo - ou o posto, lentidão, fadiga e desânimo - hipotireoidismo.
Segundo a professora Kátia (PASSAGLIO, 2011) muitas síndromes,
como as citadas acima, podem ser confundidas com perturbações psíquicas e em
casos mais graves até com demência ou psicose. Assim, percebe-se a importância
do psicólogo estar atento à pessoa que chega ou que é trazida ao consultório,
por exemplo, com queixas semelhantes aos sintomas psíquicos das doenças
supracitadas e, então encaminhá-la para realizar exames laboratoriais que podem
detectar as alterações na produção de hormônios tireoidianos. E a partir do
resultado do exame, o psicólogo há de refletir como proceder com a demanda de
tal pessoa.
Suponho que esse tipo de procedimento agiliza o processo de
diagnóstico na psicoterapia ao descartar possíveis causalidades a respeito das
queixas do paciente. E principalmente, mostra uma prática ética por parte do
psicólogo em atender somente os casos que estão ao seu alcance sem “prender” o
paciente, o qual pode ser encaminhado ao tratamento médico.
O encaminhamento oposto também se dá. Durante as aulas de
Neurobiologia ficou demonstrada a importância de alterações drásticas nas
neurotransmissões vindo a desencadear distúrbios funcionais que acometem de
forma incisiva a qualidade de vida do sujeito. O qual muitas vezes é
encaminhado ao consultório do psicólogo para que este colabore na compreensão e
numa possível elaboração por parte do sujeito e de seus familiares para lidar
com a descoberta e a convivência de doenças consideradas mais graves.
É o caso, por exemplo, da Esquizofrenia que se caracteriza pela
desorganização da personalidade e incapacidade de adaptação à vida cotidiana
cuja causa, segundo Passaglio (2008), está associada ao desequilíbrio nos
níveis de dopamina em diferentes áreas cerebrais. Daí também se pode inferir a
importância da localização dessas áreas, conhecimento que em parte já pode ser
adquirido desde o 2º período com as aulas de Neuroanatomia.
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