sexta-feira, 13 de maio de 2011

GRUPO UM NOVO OLHAR

           Embora a psicologia seja uma área relativamente nova, existem diversos trabalhos que procuram descrevê-la. Bastos e Gomide (1989) apresentam a pesquisa que realizaram na época, que buscou fazer um estudo amplo da realidade da psicologia no Brasil através de entrevista com diversos psicólogos. Os autores procuraram fazer uma avaliação dos quesitos: formação e atuação do psicólogo brasileiro, do exercício da profissão e sua trajetória, além da formação complementar e satisfação na área.
            Os campos de atuação mais marcados foram a clínica, escolar, industrial e docência, sendo a clínica o campo que mais tem profissionais atuando, tendo a psicanálise a orientação teórica mais utilizada. No entanto, os conceitos a esses campos associados foram ampliados, como é o caso da psicologia social, comunitária e pesquisa.
De acordo com o trabalho de Bastos e Gomide (1989),  pelo menos 40% dos psicólogos exerciam outra atividade além da profissão, além de o número de profissionais autônomos estar crescendo.
            Ponto interessante é o olhar do psicólogo sobre a sua formação – a maioria demonstrou preocupação e interesse em relação ao conhecimento adquirido na faculdade, sendo a formação complementar bastante apontado pelos psicólogos entrevistados.
Dos psicólogos que queriam mudar de profissão, a maioria indicava motivos econômicos. Segundo a pesquisa, os mais insatisfeitos são os da área comunitária e os mais satisfeitos, aqueles que trabalham com docência e pesquisa. De qualquer forma, o estudo evidenciou que a preparação após a graduação e o interesse pela área em si são pontos que aumentam a satisfação do profissional psicólogo.
            Ainda que tenha sido escrito em 1989, o artigo traz questões relevantes que podem ser refletidas na atualidade e até mesmo comparadas com o campo de atuação da psicologia no Brasil nos dias de hoje.  
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1414-98931989000100003&script=sci_arttext

3 comentários:

  1. Aproveito para comentar que realmente parece que no campo existem muitos psicólogos e que faltam profissionais na área médica e pediátrica. Penso que é necessário e de inteira relevância pensarmos o porquê tem formado tantos psicólogos e tão poucos médicos. O campo da psicologia clinica e social realmente está saturado e que muitos psicólogos estão insatisfeitos com suas condições econômicas, mas primeiro temos que pensar o que leva a má renumeração? Será que não são os próprios profissionais da psicologia que estão desvalorizando sua profissão, deixando com que outras pessoas coloquem valores em seu trabalho? Sei que existe uma tabela de preços, mas ainda tem muitos profissionais aceitando valores baixíssimos e aceitam propostas para sua sobrevivência.
    Abraço,
    Cleide Oliveira.

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  2. De fato, há mais de 150 mil psicólogos no Brasil e a maioria trabalha como autônomo (sem vínculo empregatício), “vendendo” seu trabalho diretamente a cidadãos que os consultam em psicoterapias. Contudo, a psicologia tem uma grande gama de ofertas para a sociedade, nas áreas educacional, hospitalar, do esporte, publicitária, de desenvolvimento e gerenciamento de relações humanas nos ambientes de trabalho, social e comunitária, entre outras que estão crescendo.
    Seja qual for a opção de cada um de nós, temos que ter em mente que a maior qualificação profissional tende a se refletir em melhores e maiores possibilidades do exercício de uma profissão, ou seja, temos que pensar que nossa formação não se esgotará com o diploma: é importante que façamos novos cursos e desenvolvemos mais conhecimentos depois da graduação.

    Abraços,
    Juliana Rodrigues Gonçalves

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  3. Saber em ação

    Gostaria de acrescentar comentários, já que meu grupo também postou um artigo que segue um pouco essa linha de pensamento. O quanto será que a psicologia já caminhou, de 89 aos anos 2000, na questão financeira?! Acredito caber a nós, psicólogos em formação, recém formados ou até mesmo aqueles que já estão no mercado, uma maior fidelização aos seus serviços a fim de deter a ele o reconhecimento que ele precisa ter. Quem vende nosso peixe?! Somos nós mesmos não é...E quando a Juliana cita a cima as diversas áreas que a psicologia tem explorado e se instalado enquanto profissão, é a essas tantas que nós (futuros) profissionais devemos descobrir, reinventar, fundamentar e criar mais espaços de reconhecimento da nossa profissão que, perante outras é ainda uma "criança" em idades de reconhecimento.
    Abraços,
    Thaysa T. Recchi

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