sexta-feira, 30 de setembro de 2011

GRUPO : CONEXÃO PSI

Reforma Psiquiátrica e possível interceptação em seus espaços


Mesa apresentada no Bloco C, sala 110 às 20h50min às 22h30min – 20/09/2011:

        Foram mostradas quatro temáticas sobre a Reforma Psiquiátrica. A primeira fala de um projeto de extensão (Tecendo Redes) no CAPS na região de Santa Luzia. A segunda apresentação fala das residências terapêuticas e seus objetivos e propósitos dentro da Reforma. A Terceira apresentação mostra um pouco da história e formação do profissional de psicologia nas Unidades Básicas de Saúde. E por ultimo uma apresentação a história da Reforma Psiquiátrica em um dos Hospitais mais importantes de Belo Horizonte em psiquiatria – Instituto Raul Soares.

1. CAPS – Santa Luzia.
        Projeto de extensão da universidade elaborada em 2008 e com prática desde 2010. O Projeto Tecendo Redes é uma articulação universidade, serviço e comunidade, envolvendo estágios curriculares, assistência direta aos usuários, prática de desistintucionalização e prática interdisciplinar.
       O projeto tem como objetiva melhoria na formação dos estudantes, desenvolvimento de estratégias para lidar com paradigmas da reforma psiquiátrica e modificar a prática em saúde mental através da atuação dos estagiários. Entre algumas práticas estão o acolhimento, a permanência na instituição, visitas domiciliares, reuniões de equipes, discussão de caso, construção dos casos, revisão dos prontuários.
       O questionamento levantado através do projeto recai sobre questões de moradia, família, convivência, circulação na comunidade, capacidade civil e imputabilidade penal.
       O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) surge a partir dos anos 90 com uma perspectiva de inclusão social. Recebe pacientes graves em crise e tem funcionamento independente de hospital com acolhimento, ambulatório, permanência-dia, permanência-noite, oficinas terapêuticas, articulação de atendimento em rede. Proporciona a formação e a prática em rede, um processo de aprendizado e processo de socialização e uma reflexão em saúde mental.

2. Residência Terapêutica
       A residência terapêutica tem sua formação a partir de ordem judicial após denuncias de que o portador de deficiência mental convivia em asilos com idosos não portadores, o que dificultava o acesso e tratamento.
       De acordo com a palestrante, a Reforma é algo que ainda está em curso, ou seja, não está finalizada. Para ela é necessário formar e reformar todos os dias, pois a cultura em que vivemos ainda apresenta visões preconceituosas acerca da doença mental. É um processo constante de desistintucionalização.
       A Residência Terapêutica se apresenta como uma postaria Ministerial, porém não é uma instituição de internato, nem um serviço e está estrategicamente localizada em espaços urbanos. Tem características de funcionamento como uma casa comum e por isso são também chamadas de moradias. Os moradores, egressos de longa internação, fazem uso dessas residências como forma de restabelecer os laços sociais, já fora da crise.
      As moradias tem funcionamento residencial como outra qualquer e possibilita reinserção na comunidade, autonomia para atividades domésticas e pessoais , exercício da cidadania e reabilitação psicossocial de acordo com a singularidade e a coletividade dos moradores. O trabalho é feito através de equipe interdisciplinar que em conjunto com os moradores constrói possibilidades para que os moradores possam voltar à convivência social comunitária e familiar.
     Os maiores desafios são a superação de heranças culturais de exclusão e reinserção dos moradores no convívio social.

3. Inserção e formação do Psicólogo na Unidade Básica de Saúde
      A inserção do psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde tem plena relação com a reforma psiquiátrica, o campo de saúde mental e a Atenção Primária à saúde.
      No final da década de 70, surgem questionamentos dos modelos hospitalocêntricos ofertados por serviços privados. Criticas ao modelo asilar, comunidade terapêutica e psiquiatria institucional.
      Surgimento da Psiquiatria preventiva tendo a comunidade como local de atuação. A crise da atuação clinica na década de 80 e as conferencias de saúde, requer da formação do psicólogo, atenção as necessidades da comunidade.
      Em 1998, com a aprovação do SUS (Sistema Único de Saúde), surgem novas demandas de responsabilidade social e atuações a partir de uma reflexão do diferente contexto trazido pelo SUS.
      A Atenção primária se dá no próprio campo de trabalho, se atentando em não transpor o modelo da clinica privada e elitizada na prática da realidade do SUS entendendo cada caso dentro do contexto que o sujeito está inserido.

4. A Reforma e os hospitais Psiquiátricos
      Como acontecem as mudanças na dinâmica estrutural do Hospital a partir da Reforma Psiquiatra? Em que medida o Hospital reagiu e participou da Reforma? Estes são alguns dos questionamentos levantados na relação Hospital como modelo prisional de contenção a doentes mentais e a Reforma Psiquiátrica.
      O palestrante traz uma pesquisa realizada no em um dos hospitais psiquiátricos mais importantes da região de Belo Horizonte em Minas Gerais, o Instituto Raul Soares, comparando o modelo proposto enquanto centro da reforma psiquiátrica em Minas e o que realmente acontece enquanto prática institucional.
      O palestrante conta que inicialmente, a proposta do hospital era ser um espaço de recreação e de exercícios físicos e de oficinas com geração de renda para o próprio interno. Proposta que foi se desvinculando ao passar das décadas.
       Em 1927, com o primeiro diretor, o hospital passou a ter caráter prisional e de contenção, com medicamentos e eletro choques. Após denúncias de maus tratos e com a expulsão do diretor, em 1929 sobre nova direção, o hospital dá seus primeiros passos na tentativa de humanização dos internos com iniciativas reformistas sintonizadas com o higienismo e a psicanálise. No final da década de 70 surge o documentário “Nos porões da loucura”. Outros documentários foram surgindo ao longo do tempo e a sociedade foi ficando incomodada com a tentativa deixar o louco em uma convivência social. As práticas reformistas do então diretor passaram a não serem mais aceitas provocando a sua expulsão do hospital.
       Hoje, nessa prática reforma e hospital, o Raul Soares, conta com algumas práticas que apresenta não o internato permanente, mas a circulação do paciente fora hospital. Algumas dessas práticas são o Ambulatório Central Roberto Resende, que se atenta a não segregação do paciente do seu meio familiar e a viabilização de um trabalho multidisciplinar; a Residência Psiquiátrica, com o trabalho de psiquiatria social e psicanálise, atendimento nas enfermarias, plantões; o Projeto Guimarães Rosa, que visa equipes interdisciplinares e ampliação do atendimento ambulatorial, substituição do modelo segregador por um modelo abrangente e preventivo, visando recuperação e ressociabilização do paciente e criação de equipes terapêuticas. Hospital-dia com serviço multidisciplinar com a plena circulação do espaço físico e simbólico e a responsabilização familiar no auxilio ao tratamento do paciente.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Grupo Buscando "A coisa"

 
Fragmento do portifólio da aluna Stephan Jordana (Apresentação)

"Meu nome é Stephan, tenho 21 anos, estou no 6º período do curso de Psicologia da PUS/SG. Esse semestre fui instigada a descrever nas linhas que se seguem a trajetória sobre minha escolha e vida acadêmica.
Quando mais nova sempre me interessei por questões que falassem sobre o ser humano em geral. Sempre me despertou muito interesse. No ensino médio tinha uma lista de escolhas de cursos para faculdade, dentre eles: Filosofia, Sociologia, Nutrição. Durante algum tempo fiquei muito indecisa, mas isso era normal, ainda tinha tempo para escolher.
Sempre gostei muito de televisão, e foi através dela que comecei a me interessar por psicologia. Via vários programas que tinham entrevistas com psicólogos, isso para mim era um máximo. Apesar de naquela época eu não entender nada direito do que eles falavam, eu me imaginava estando no lugar deles.
Tenho um histórico familiar de pessoas com algumas perturbações que já causaram sofrimento na família como um todo. Esse fator, mesmo não explícito, considero relevante para minha escolha.
Enfim, no final do ensino médio me decidi a cursar psicologia ou nutrição. Porém, não tinha condições de pagar por um curso tão caro como a psicologia que era minha preferência. Por isso tentei fazer o ENEM. Preparei-me para a prova, mas naquele ano não consegui a bolsa que esperava. Continuei tentando, fiz o ENEM do ano seguinte 2008, dessa vez consegui uma bolsa de 50% na faculdade que estudo hoje. Lembro-me que a felicidade foi imensa. Iria fazer o curso que queria e onde eu queria.
Hoje, posso dizer que me sinto realizada com os conhecimentos adquiridos durante esses seis semestres de curso. Me sinto uma pessoa melhor, que consegue enxergar o outro com uma sensibilidade muito maior que antes. Tenho várias perspectivas para o futuro na profissão, por mais que este ainda esteja embaraçoso para mim, pois ainda não sei ao certo qual “ênfase” irei seguir. Gosto de todas as áreas da psicologia, acredito que cada uma tenha seu espaço e sua contribuição. Em especial, me interesso pela área da neuropsicologia e comportamental, que foram matérias em que me identifiquei muito durante o curso.
Atualmente faço estágio na área de Recrutamento e Seleção e tenho gostado bastante. Pelo andar da “carruagem” creio que é nessa área que começarei a trilhar minha carreira na psicologia, mas tenho em vista outros horizontes a serem explorados. "



PSICOPENSADORES.COM

     Alguns integrantes do nosso grupo participaram no dia 21/09/2011 na SCAP da Mesa Redonda: Outras abordagens psicoterápicas.
    O grupo ficou muito curioso sobre as questões abordadas na mesa que trouxeram palestras sobre Psicologia Transpessoal e Psicodrama. Assuntos até então desconhecidos pelo grupo. Dessa forma, resolvemos nos apronfundar sobre os assuntos e o que podemos constatar é que a Psicologia Transpessoal não é reconhecida pelo CRP, e assim não encontramos materiais adequados para trazer para o Blog.
   Em relação ao Psicodrama encontramos um artigo que explicita o seu surgimento e faz um contraponto interessante com a transferência e contra tranferência da psicanálise, o qual anexamos abaixo.
    Resolvemos que traríamos esse assunto para o Blog, pois assim como discutimos algumas vezes em sala de aula, a formação talvez não consiguirá abarcar com tanta rapidez tudo o que acontece nos diversos campos que surgem de trabalho (no nosso caso na psicologia), mas nós nos questionamos em relação ao cuidado e olhar crítico que devemos ter sobre as escolhas que fazemos da abordagem ou abordagens que subsidiarão nossas práticas enquanto profissionais. 

Convidamos a todos a refletir conosco.

Boa Leitura!


http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-82312005000200001&lang=pt

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

MENTES PENSANTES

Olá pessoal, esta é uma parte do portfólio da integrante do grupo Simone Sousa .
Portfólio
Fazer esse portfólio, me fez refletir muito sobre a minha vida acadêmica. Fazer um curso superior sempre foi o meu objetivo. Mas, não era a psicologia o meu curso de interesse, e sim a odontologia.
No ensino médio, comecei a me interessar por assuntos referentes à psicologia. Um curso do qual o profissional poderia ajudar as pessoas, compreender o outro, ouvir, ajudar a minimizar de alguma maneira seus sofrimentos. Achei fascinante...
No inicio da graduação, o curso parecia confuso, não entendia muita coisa. Também, não sabia se iria até o fim, afinal estudar é caro. Considero cada semestre uma vitória.
Hoje no sexto período me vejo uma pessoa diferente, com novos conceitos, nova visão.  O estudo transforma o ser humano, passamos a pensar mais, ter uma nova visão acerca das diversas situações.
O curso me fascina. Não tinha noção de como a psicologia é tão abrangente. Ter conhecimento é maravilhoso. Gosto muito dos estágios, do contato com as pessoas, com a realidade dos indivíduos. A universidade é um lugar muito produtivo e encantador.
Na psicologia há muitas áreas de atuação. Interesso-me, de modo especial pelas áreas organizacional e da saúde.
Em meios a tantos desafios que encaramos, tantas noites sem dormir, a distancia da família, acredito que tudo está valendo a pena, pois tenho a confiança de um futuro promissor.
O psicólogo tem fama de ser “doido”. A remuneração dos profissionais é baixa. Muitas vezes as pessoas querem nos desanimar, dizendo que esse curso não é bom. Mas acredito que todo curso é difícil, depende de cada pessoa, do potencial, da persistência de cada individuo.
O que me move a cada dia é saber que tenho fé que vou conseguir vencer, e uma família que acredita em mim. È maravilhoso o contato, a troca de conhecimento com os colegas, com os professores.
Em meio a tantas dificuldades, somos movidos pelo conhecimento, aprender cada vez mais. Estudar não é fácil, mas nos leva a descobertas maravilhosas.
Considero muito importante o conhecimento prático na universidade, os estágios. A teoria é linda, mas a realidade muitas vezes é outra. O contato com diversos problemas nos faz refletir e nos move em busca de mais conhecimento.
Muitos são os conhecimentos adquiridos, vivemos sempre em busca de novos desafios, novas conquistas. Tenho muito a aprender e compartilhar com os outros.
O curso proporciona uma reflexão sobre minha própria vida, sobre meus conceitos e isso me fascina ainda mais...

MENTES PENSANTES

Comportamentos violentos de adolescentes e coabitação parento-filial

Um grupo de pesquisadores integrado por professores dos Programas de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Unisinos, Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Saúde e Comportamento da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) resolveram pesquisar sobre a utilização de armas brancas ou de fogo por adolescentes com faixa etária entre 15 e 18 anos.
Esses pesquisadores utilizaram o banco de dados de uma pesquisa sobre saúde pública de grande porte realizada na cidade de Pelotas-RS em 2002 cujo público alvo eram os adolescentes.
Desses adolescentes entrevistados para essa pesquisa alguns moravam com seus pais, outro apenas com um dos genitores e outros moravam ausentes da companhia dos pais.
Ao final da pesquisa foi observado que os adolescentes que não residiam com os pais, nem com apenas um deles, já tiveram mais acesso à armas do que os adolescentes com moravam com os pais ou pelo menos com um deles.
Os pesquisadores ressaltaram que não se pode estigmatizar os adolescentes que não moram com os pais, mas que é de extrema importância a presença familiar na construção social dos adolescentes.

Referência Bibliográfica:
LESSA, Rogério Horta; LESSA, Bernardo Horta; PINHEIRO Ricardo Tavares. Comportamentos violentos de adolescentes e coabitação parento-filial.
Rev. Saúde Pública vol.44 no.6 São Paulo dez. 2010 Epub 08-Out-2010.
<http://www.scielo.br/pdf/rsp/v44n6/1843.pdf> acesso em 25 de setembro de 2011.


terça-feira, 27 de setembro de 2011

PsiSaúde

A formação em saúde mental: desafios e vivências de uma prática em construção

O assunto foi apresentado em uma mesa redonda, na qual os estagiários da saúde mental de Santa Luzia relataram sobre seus trabalhos nos diferentes espaços existentes neste serviço, que seriam o CAPSi (Centro de Atendimento Psicossocial Infanto-Juvenil), CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial Adulto), RT (Residência Terapêutica) e o Matriciamento.

Sobre o CAPSi, Franciele Nunes, estagiária de psicologia e Karine Assunção, psicóloga, falaram da importância da família frente ao trabalho das crianças e adolescentes usuárias do sistema. O primeiro ponto importante dessa presença indispensável da família seria a questão da menor idade, o que já impõe legalmente a relação dos pais ou responsáveis com o tratamento de seus filhos. Outro fator importante é que a família entenda a doença e dessa forma saiba lidar com a mesma em todos seus momentos. Não é apenas pegar o usuário em seu momento de crise e levá-lo ao atendimento, mas também conviver com ele em seus momentos estáveis, o que seria extremamente enriquecedor para o tratamento e para a ressocialização dessa criança ou adolescente.

Em relação ao CAPS a estagiária de psicologia Liam Kelly falou sobre o desafio de se trabalhar em uma instituição burocrática e ao mesmo tempo fazer com que essa burocracia não seja tão excessiva, a ponto de engessar ou por em risco a qualidade do tratamento do usuário. Um exemplo usado por ela foi a grande demanda de usuários no serviço, o que as vezes por falta de profissionais ou estrutura acarretava no ócio dos pacientes no seu período de permanência no CAPS. Essa situação é muito ruim, já que as vezes esse ócio pode esconder questões extremamente esclarecedoras e positivas do paciente em relação ao seu tratamento.

O Matriciamento foi discutido pela psicóloga Angélica Pereira, em que ela relatou que ele é um processo do NASF (Núcleo de Apoio à Família), que teve início em 2006 e que tem como objetivo diminuir a demanda do CAPS, oferecendo apoio aos PSFs. O Matriciamento é uma prática de prevenção e promoção à saúde, ele age ajudando a mapear a comunidade no que diz respeito à suas demandas e suas respectivas especialidades, ou seja, ele está integrado à atenção primária e secundária à família.

O serviço de residência terapêutica foi apresentado pelos estagiários de psicologia Célio Carlos e Patrícia Chaves. Eles falaram a respeito das dificuldades de trabalho de uma residência terapêutica que atenda de fato os requisitos da reforma psiquiátrica. Os usuários desses serviços são em sua maioria egressos de hospitais psiquiátricos, que tiveram muitas vezes seus direitos violados e alguns que foram abandonados até por sua própria família. Foi discutido que a melhor forma de intervenção com esses moradores seria em um contexto de desinstitucionalização da loucura, com a integração de dispositivos psicossociais de reabilitação, ou seja, trazer autonomia a esses indivíduos.

O que chamou a atenção em especial nessa mesa redonda, foi a forma como esses estagiários falaram sobre seus serviços dentro desse sistema. Eles falaram com tanta propriedade que eu não conseguia vê-los como estagiários, mas sim como profissionais muito bem capacitados e realmente “contaminados” pelo serviço. Em todo momento ficou claro o movimento anti-manicomial dentro da estrutura de trabalho apresentada por eles. Em alguns momentos eu consegui sentir a sede de melhor qualidade de vida, de ressocialização e de cidadania plena que esses estagiários sentem para com os portadores de transtorno mental e suas famílias, e isso sem dúvida não marcou só a minha formação como profissional, mas também minha formação pessoal.

Grupo: Psicologado

"Meu portifólio foi desenvolvido em partes chamadas Elementos

Este é o Elemento: Decepção com as turmas de Psicologia.

   
Eu, após passar 5 anos em uma turma de Direito, onde as pessoas lidam dia a dia com o tecnicismo, imaginava que as turmas de psicologia fossem alegres e acolhedoras. Bom, ao chegar, tentei chegar... para minha grande surpresa, a primeira grande pergunta que ouvi foi: você é irregular?
     Bom, acho que sou... tecnicamente eu sou irregular, descobri que as pessoas formavam seus grupos e eu como irregular era de difícil aceitação... bom, façamos disso um aprendizado... no Direito eu era regular... na psicologia, sou irregular... outras tantas vezes fui interpelada, você é desta sala? ... Há, eu sou irregular... acho que acabei com a veste de irregular, é assim que hoje eu percorro a Psicologia. Sou irregular. Vou de sala em sala e não pertenço a sala alguma. Vou de turma em turma e não pertenço a turma alguma. Sou irregular... No Direito minha questão era lidar com o tecnicismo e a falta de humanização, elementos que imaginei encontrar na Psicologia. Ilusão... na Psicologia foi um completo não encontrar... não encontrar nem mesmo um lugar... este lugar imaginado, que já se perdeu até da minha própria imaginação. Me resta ser sempre irregular...
     Assim, imagino como eu seria como uma profissional em Psicologia... Uma escola que nos prepara para mexer com nossas vidas, mas também atuarmos em vidas alheias. Será que sou alguém que acolhe com o mesmo afã que tenho de ser acolhida? Será que sou sensível ao desconforto e a falta de adequação do outro? Sou capaz de perceber e sentir o outro que está do meu lado?...  Se sou feita e modificada pela presença e pelo atravessamento do outro em minha vida, como tem sido hoje esta minha construçao? Hoje, bem mais que a teoria,  me sinto atingida de forma intensa, as vezes não pelo olhar do outro, mas mais marcantemente pela indiferença do outro."

 Parte do portifólio de Maria Helena

GRUPO "SSS" Sangue Suor e Sono

 Grupo "SSS"



MINI CURSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA OFERECIDO NO SCAP:

Uma experiência marcante ao participar de um mini curso sobre a extensão universitária não poderia deixar de ser compartilhada.
Toda universidade se caracteriza por um tripé: Ensino, Pesquisa e Extensão. O ensino é o conhecimento produzido dentro da academia, a pesquisa é a produção de novos conhecimentos e paralelamente, a extensão faz a divulgação do conteúdo aprendido à comunidade.
De acordo com as informações fornecidas pelo coordenador da extensão (Rubens Nascimento), existem relativamente poucos projetos ou trabalhos destinados a área de extensão. Acredita-se que essa deficiência deve-se ao fato da pouca divulgação e motivação aos acadêmicos em construir e participar dessa modalidade de ensino. Ao participar desse mini curso, o desejo, o interesse e a motivação, nos alavancam para a construção e participação de projetos. Interesse em levar um saber que estamos construindo dentro da academia para a comunidade no sentido de contribuir para mudanças sociais e saúde mental dos envolvidos. Entendendo que ao fazer isso, todos estão ganhando, uma vez que essa é a oportunidade que faltava para observar as teorias, colocar em prática o conhecimento construído e fazer escolhas, fazendo isso estamos trabalhando no sentido de viabilizar mudanças sociais, interagindo com a comunidade levando nossas contribuições.
A extensão universitária é a possibilidade que o estudante tem de socializar o conhecimento, estreitar as barreiras existentes entre a comunidade e a universidade. Trata-se do relacionamento entre a teoria e a prática, ou seja, faz com que o conhecimento ultrapasse as salas de aula, indo além, permitindo o aprendizado também pela aplicação, fazendo e praticando, desta forma contribuindo para uma sociedade melhor e para firmamos nas nossas escolhas profissionais.
É a extensão que nos possibilita o crescimento singular e a troca de saberes que promove ainda mais o crescimento. Ao buscar o saber para além da universidade entendemos que esse processo acontece de forma horizontal, o que significa respeitar e aceitar o saber que o outro traz consigo. Na maioria das vezes isso acontece na prática.  
Abaixo um link com maiores esclarecimentos sobre a extensão universitária.


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

PSICOPENSADORES.COM

     
  
 
Tratamento psicológico pelo          

          computador!?

       


Sabemos que atualmente, o mundo está rodeado pelos avanços tecnológicos e cada vez mais as pessoas estão adeptas à internet. Referente a essa realidade, discutimos a cerca de um texto da revista psique que traz a psicologia dos consultórios para este mundo virtual.

Sempre ouvimos falar nas áreas de atuação do psicólogo, tais como: clínica, hospitalar e nas empresas (RH),porém, uma nova abordagem foi apresentada neste texto; e é o título do artigo que o grupo escolheu para postar: A psicologia no Ciberespaço. Ou seja, os tratamentos psicológicos através dos computadores.

Diante disso, o grupo deixa essa questão: Será esse o campo de atuação dos psicólogos no futuro?

Para ajudá-los a pensar esta questão, destacamos alguns pontos que nos orientou nessa discussão: o que motiva esses profissionais adeptos ao atendimento pela internet, quando surgiu a prática no Brasil, as vantagens desse método- também, na visão dos pacientes- , como é vista pelo Conselho Federal de psicologia e como se dão essas relações terapêuticas. Todas essas encontradas no texto do link abaixo.

Portanto, convidamos vocês a se aventurarem na leitura deste, a fim de buscarem sua percepção em relação ao desafio , perspectivas e ética que envolve o trabalho do profissional de psicologia.


Boa leitura!







Grupo composto por: Ana Elisa Gonçalves, Fabíola do Carmo, Juliane Nunes, Kelly de Sousa, Lídia de Barros e Sirley Ferreira.





Grupo Buscando "A coisa"

Vamos postar no blog o link de um texto sobre os desafios do Programa de Saúde da Família (PSF). Nele questiona-se que referencial teórico-metodológico que pode ser utilizado para analisar o potencial para autonomia do cuidado no processo de trabalho do PSF. Parte-se da premissa de que a análise do processo de trabalho em saúde centrado nas contradições da gestão do cuidado contribui para o desvelamento de potencialidades emancipatórias. Objetivos: discutir as contradições, possibilidades e desafios às mudanças da gestão do cuidado no Programa de Saúde da Família/Atenção Básica/Sistema ùnico de Saúde e propor um referencial teórico-metodológico para análise da gestão do cuidado no processo de trabalho do Programa de Saúde da Família. Conclui-se pelo uso de referenciais que explicitem se o cuidado em saúde tende mais para o domínio autoritário ou para o partilhamento de poderes entre os sujeitos, entendendo-os complementares.
Escolhemos este texto porque é um dos assuntos que estamos trabalhando atualmente na matéria Psicologia e Saúde. Além de trazer uma visão mais aberta sobre o PSF, o texto também auxilia na compreensão do programa voltado para a gestão do cuidado em saúde. 
Boa leitura à todos! 



 
 
 

GRUPO DAS DING


Invisibilidade Social e Psicologia


Diante de tantos problemas sociais que existem em nosso país, nos deparamos sempre com questões que envolvem o compromisso social, que na maioria das vezes, é bonito “esteticamente” onde uns se sobressaem a outros simplesmente por ajudar o próximo. Neste sentido, nosso post tem o interesse somente de provocar uma discussão ou uma problematização de uma crítica social tão colocada nos livros, mas que muitas vezes não conhecemos ao certo durante e depois da formação. 
No artigo em anexo intitulado: “A desigualdade e a invisibilidade social na formação da sociedade brasileira” (CARNEIRO, 2009), podemos ver este tema sob a perspectiva do sociólogo Jessé Souza e do Psicólogo Fernando Braga da Costa, no qual os dois autores discorrem sobre a desigualdade social e seu impacto na sociedade, argumentando sobre teorias e práticas de um compromisso social que praticamente não temos: de enxergar as classes mais baixas da sociedade, tanto trabalhadores quanto pessoas excluídas pela própria população. 
Dando mais ênfase ao trabalho do psicólogo neste artigo, podemos ver a narrativa do mesmo, que em sua pesquisa, observou os garis que trabalhavam na Universidade de São Paulo, não só estudando-os, mas vivendo a experiência própria de ser gari e se tornar invisível em sua nova posição, no qual segundo ele, estamos acostumados a colocar como "paisagem" na sociedade, não dando a devida importância aos afetados. Em contraponto, colocamos um vídeo ilustrativo de uma mesma invisibilidade social porém, em outro contexto, onde um sujeito que vivia na miséria viu sua mãe ser morta, e ao ficar sem ninguém, foi para as ruas, viver a sua invisibilidade, aprendendo no meio do crime. Este individuo, realizou uma das maiores ações violentas brasileiras, o sequestro do ônibus 174 no Rio de Janeiro, que foi enfaticamente colocada na mídia, dando assim, a devida visibilidade que aquele sujeito sempre tentou ter quando perdeu tudo na miséria. Pensando na psicologia social crítica, podemos relacionar estes dois conteúdos para nos perguntar como futuros psicólogos  e cidadãos qual é o compromisso social que nós temos com os trabalhadores, com os miseráveis e com todas as pessoas que não enxergamos, através do véu da exclusão, dos preconceitos e outros? Quem ée como é "visto" o individuo invisível, para a psicologia?





BIBLIOGRAFIA
CARNEIRO, A.S.C. A desigualdade e a invisibilidade social na formação da sociedade brasileira. In. V ENECULT Encontro de estudos multidisciplinares em cultura. Salvador/BA, 2009.

domingo, 25 de setembro de 2011

PSICOPENSADORES.COM

Esse portifólio foi escrito por uma das integrantes do grupo. Fabiola Mendes.

O objetivo é apresentar um histórico de como surgiu meu interesse pela psicologia e durante esta caminhada demonstrar quais foram as experiências, expectativas, encontros e desencontros na busca de concretizar a Graduação no curso de Psicologia.

Mas para entender o motivo da minha escolha, antes farei um breve relato sobre minha história de vida até este momento em que me encontro.

Meu primeiro contato com a psicologia foi aos 13 anos quando comecei minha terapia. Em meio as sessões me passava pela mente que a psicóloga tinha o poder de saber o que eu pensava, e isso me interessava muito, aliás, para mim é como se o psicólogo soubesse de tudo que o outro pensa.

Desde então, cresci falando que seria psicóloga. O bom que de acordo com - o senso comum - para ser psicólogo tem que ser tranqüilo, falar pouco, ouvir mais e tinham muitos que concordavam que eu tinha os requisitos, a não ser pela extrema timidez , motivo pelo qual fazia terapia.

Os anos passaram e meus objetivos se desviaram por um momento e por forças maiores, acabei por ter que fazer magistério. Isso me frustrou muito, já que, não me dava base para enfrentar um vestibular.

Então, logo após formar quis tentar vestibular, mas como morava em Mariana (MG). Na minha cidade não tinha curso de psicologia, e então, tentava vestibular para cursos que não me interessava. Entrei em um sentimento profundo de frustração e parei até de sair de casa. Foi então, meu segundo contato (direto) com a psicologia. Voltei a fazer terapia. Foram nas sessões (depois de 1 ano) que resolvi dar a volta por cima e correr atrás do que queria.

Como minha mãe tem uma irmã que mora aqui em Belo Horizonte, arrumei minhas malas e vim com intenção de estudar psicologia. Um ano se passou e ainda não tinha conseguido meu objetivo de entrar para faculdade. Trabalhava na oficina do meu tio como recepcionista, mas o salário não dava para pagar a faculdade. Como tinha que trabalhar nem cogitava a possibilidade de uma universidade federal.

Mas, já tinha traçado que iria ser psicóloga, então, sai da oficina e fui atrás de alguma coisa mais estável. Consegui um emprego.Cheguei a entrar em um cursinho , mas parei porque saia do serviço 18:30 e era em Contagem.

Passaram mais 3 anos e meio e resolvi arrumar emprego em Belo Horizonte ganhando mais. Para conseguir fazer o curso eu tinha que primeiro trabalhar em BH, ter tempo para estudar e aumentar minha renda. Consegui um emprego na empresa que ainda trabalho atualmente ( 8 anos).
Até me estabilizar no novo emprego - na verdade quase 3 anos depois - nesse período subi de cargo na empresa . Ganhando mais já poderia prosseguir com meu objetivo. Mas, ao invés do vestibular, fiz o Enem porque a bolsa seria de grande ajuda. Consegui primeiro na Faculdade ( FEAD), mas me decepcionei com os profissionais e com a instituição. Tinha grande interesse no currículo do curso de psicologia queria estar em uma universidade mais completa, então fiz a transferência para PUC São Gabriel. Entrei no segundo período, mas por motivos maiores tranquei o curso quando estava ingressando no quarto período. Fiquei um ano fora da universidade, voltei no semestre passado e fazendo matérias em períodos diferentes. Inclusive no 6 período.

Nesse tempo que fiquei fora da faculdade, continuei lendo sobre psicologia, sempre que posso assisto/ leio reportagens ou comentários sobre a profissão. Já visitei o CRP e li o código de ética da profissão. Procuro me informar sobre os campos de atuação e aceitação no mercado para me manter atualizada sobre o curso que escolhi. Ao longo deste portifólio serão apresentados, textos e correlações com matérias já estudadas sobre o que considerei para minha formação em psicologia.



Grupo composto por: Ana Elisa Gonçalves, Fabíola do Carmo, Juliane Nunes, Kelly de Sousa, Lídia de Barros e Sirley Ferreira.

sábado, 24 de setembro de 2011

MENTES PENSANTES

Psicólogos no sistema prisional


A presente reportagem sobre Psicólogos no sistema prisional, nos mostra   como  os  profissionais da psicologia trabalham dentro do sistema prisional, abordado sua forma de trabalho e as dificuldades enfrentadas pelo mesmo.

 Um dos instrumentos empregados para a avaliação dos presos que ingressam no sistema penitenciário é o exame criminológico chamado de PIT (Plano Individualizado de Tratamento). O objetivo dessa avaliação psicológica inicial, e a de conhecer algumas aptidões e necessidades do penitenciário para que se possa elaborar um projeto para o mesmo no período em que ele estiver dentro do presídio.  A idéia do PIT seria acompanhar o preso, onde quer que
ele fosse”, disse Cely Salles, psicóloga da Coordenação de Psicologia da Subsecretaria Adjunta de Tratamento Penitenciário (SEAP-TP).

A reportagem traz algumas queixas vindas dos profissionais, quanto à falta de assistência para as pessoas que saem do sistema prisional, onde deveriam ter um apoio para que possam se reintegrar na sociedade.